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Ética?...Ética (dado por dado)
-parte da crônica publicada no Jornal do
Pontal em 09/06/2009-
De manhã bem cedo Dona Zenaide estava sentada no alpendre de sua casa,
na 15 com a 18 e 20, bengala encostada na cadeira, mão direita alisando a mão
esquerda abobalhada por um derrame. Chega de repente uma senhora mais simples,
meio gorda, dizendo ter influência sobre 400 votos e queria dar apoio a seu
genro, mas precisava falar com ele. Dona Zenaide, politiqueira havia muitos
anos, mandou Sá Francelina apressar o Samir que o assunto era importante. Época
de eleição concorria a prefeito, em 1962, Samir Tannús pelo PSD, Eurípides
Alves de Freitas pela UDN e José Arsênio, pelo PTB. A coisa estava apertada e
400 votos eram sempre bem-vindos. Chega o Samir, cumprimenta a senhora e
pergunta em que pode ajudar. A velha ataca direto: "Seu Samir, eu tenho um
bar lá na vila Miisa que vive cheio de gente. Tenho 400 votos e quero apoiar o
senhor, mas estou precisando de um balcão frigorífico novo. Os votos eu dou
para quem me der o balcão." O candidato tentou escapulir: "Dona
Maria, a senhora sabe que eu queria muito ajudar a senhora, mas minha campanha
é pobre e eu não tenho condição. A senhora faz o seguinte: o Eurípides é
empresário, tem dinheiro, vai lá e oferece para ele. Em todo caso, se ele não
atender e a senhora quiser me dar a honra de ter seu apoio..." Nem
terminou de falar e a velha retrucou certeira: "Ah, é gracinha? E você
acha que dado por dado eu vou deixar de votar no Zé Arsênio?"###
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