quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Crônicas de Neusa Marques Palis











Dia de Finados.

Na roça, as pessoas gostam de se referirem aos que 
partiram com esse adjetivo_ " o finado" Valdemar, a " finada" Maria...
E quando dizem o finado pai, a finada mãe?
Jesus!
Não sei quem inventou algo tão triste e fora de propósito.
Eu sou de reverenciar nossos ancestrais com profunda gratidão 
e sem finitude.
Deixaram seus genes, seus ensinamentos e continuam assim, 
se fazendo presentes através dos seus descendentes.
Sentir saudades é mais que natural.
Alguns dos nossos entes queridos nos fazem companhia 
por mais tempo.
Outros, sem que nossa compreensão seja capaz, nos 
surpreendem com suas partidas que nos parecem precoces.
Não cultuo dia de Finados, não vou a cemitérios.
Aliás, lamento que tenha virado Feriado e dia de comércio.
Todavia, são rituais arraigados na nossa cultura.
Cada um, do seu jeito, com profundos respeitos a todos que 
já viram partir seus entes queridos de forma que nos exige luto.
Outros lutos fazemos em vida, de todos que escolhem, ou por 
outros motivos também ficam ao nosso lado por um tempo e 
depois se separam buscando outros caminhos.
Finados não!
Colaboradores dessa viagem.
Demônios e anjos.
Com certeza, deixaram o seu legado para a nossa evolução e 
merecem nossas reverências.

#Neusa Marques Palis é escritora. Acadêmica da Academia de Letras, Artes e 
Música de Ituiutaba
www.alami.org.com
 
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