quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Crônicas da Adelaide








                      o sol nosso de cada dia -
 


A temperatura continua alta em todo pais, terrivelmente alta. Problemas de desidratação em crianças e idosos têm sido expressiva, dado ao temível aquecimento global. Com o racionamento da água tudo se complica. A água é grande sustentáculo da energia elétrica, uma depende da outra, e ambas racionadas. Há grande necessidade de se ingerir porcentagem bem maior de líquidos. Quem seria o responsável por essa situação calamitosa?! Claro que todos nós que não seguimos à risca os preceitos em favor da natureza, do meio ambiente. As advertências têm sido feitas, porém aqueles que atendem são minoria, razão da mãe natureza, do ecossistema estar se ressentindo das agressões. Poluição continua a todo vapor, nos rios, na terra e no ar, e em alta escala. O que se constata na Baia de Guanabara, uma das sedes das próximas disputas internacionais, é algo lamentável e tenebroso. Os entulhos, detritos que são ali jogados causam espanto, sem falar na poluição por toda a baia, inclusive nas orlas, onde os lixos se multiplicam, muita sujeira. Por quê agir dessa forma, por quê ?! Até carro velho, sofás, mobílias são lançados nos rios, sem falar na quantidade de dejetos, ali depositados, cotidianamente… Verdadeiro depositário de inutilidades… Terrenos baldios tornaram-se depositários de quinquilharia, sobras de alimentos, lixo e coisas imprestáveis… Além do desagradável cheiro exalado, a procriação multiplicada de ratos, baratas, escorpiões, botando em risco a vida de uma população e principalmente de crianças. Reclamações generalizadas… A educação ainda é a maior aliada do progresso, do desenvolvimento e principalmente da saúde, já que a higiene é base notória da saúde… Fica-se a imaginar a consciência daqueles que cometem tais vandalismos. Realmente não existe outra resposta a não ser a falta de conhecimentos básicos, para a vida. Há pessoas analfabetas, cuja educação de berço expressiva supera a acadêmica; têm senso crítico a respeito de tudo; herança daqueles que se primam pelos bons costumes. Vamos aguardar ansiosos, as propaladas chuvas… E elas virão… Vamos aguardar também esperançosos que a educação habite a razão e o coração de seres humanos… A natureza vai agradecer…!

Adelaide Pajuaba Nehme- Acadêmica da ALAMI


terça-feira, 8 de setembro de 2015

Crônicas do Whisner












FELIZ ANIVERSÁRIO

Whisner Fraga é escritor.

Hoje Helena completa quatro anos e não vou dizer que esse tempo passou rápido demais, porque não quero difundir clichês. Mas que passou, passou. Quando ela nasceu, fiz uma promessa: escreveria um diário para ela. E, dia após dia, durante um ano, relatei algo de sua vida em um caderno improvisado. Não que o empenho tenha arrefecido, mas depois fiquei desleixado. Anotava, vez ou outra, o que ocorria, apenas os eventos principais: primeiros passos, primeiras palavras, primeiros sintomas de que fazia parte mais ativamente da humanidade.
Hoje ela faz quatro anos e, se formos pensar, cometemos inúmeros erros em sua educação. Não há mais tempo para corrigi-los, pois sabemos que uma cabeça se molda nesses anos introdutórios. Todavia, também estamos conscientes que acertamos muito. Afinal, a existência é mesmo assim: não há aquele que sempre acerta. O mais importante é sabermos discernir, nessa educação falha (como toda educação), onde teremos de atuar. Não sou idealista a ponto de achar que com diálogo tudo se resolve, mas que ele é uma boa ferramenta, isso é.
E é bom que se diga que optamos pelo diálogo. Com frequência nos sentamos com a menina e conversamos. Tentamos explicar até aquilo que, aparentemente, não está ao alcance de sua moral em formação. Algum dia, quem sabe, ela pode se lembrar do que orientamos e atuar em prol de seu aperfeiçoamento?Parece-nos que estamos aqui para nos aperfeiçoar. Para quê, afinal? Não importa. Para alguns, é um preparo para o que virá. Para outros, não é nada. De alguma maneira, entretanto, o importante é o respeito ao próximo.
Não somos radicais com nada, pois parece-nos que, assim, ela terá suas chances de escolhas respeitadas. Pensando bem, nunca fomos radicais em nenhum tema. Hoje ela faz quatro anos e já dedica seus vinte minutos diários a mandar mensagens no whatsapp. Aliás, aprendemos a usar esse aplicativo como auxiliar em sua alfabetização. É divertido. Hoje ela faz quatro anos e já me pede para ler livros junto a ela. Hoje ela faz quatro anos e faz muita birra por motivos fúteis. Hoje ela faz quatro anos e alugamos um pula-pula para que ela possa extravasar seu vigor infantil.
Queremos que ela seja feliz. Acho que o fundamental nessa vida é buscar a felicidade. Evidentemente que ela não pode vir às custas do sofrimento alheio, consideramos isso. A segunda coisa mais importante nessa breve existência é saber respirar. A terceira, contar. A respiração é o segredo para quase tudo. Se estamos irritados, basta respirarmos fundo, contarmos até cem, pausadamente. Certo, Helena? É imprescindível saber contar até cem, mesmo com quatro anos. Quer trazer desaforo para casa? Traga, traga sim. Faça suas escolhas.
Esperamos, Helena, que você seja feliz. E que aprenda com a felicidade. Aprenda sempre, com tudo. Esperamos, Helena, que mesmo com oito, com quinze, com quarenta anos, você venha nos dar o abraço amoroso e o beijo libertador, pois só você, como filha, sabe nos dedicar esse carinho que nos fortalece diante de um mundo cão.


 
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