sexta-feira, 3 de abril de 2015

Crônicas de Luciano Vilela Teodoro









O “Nossa Gente”

Nossa Gente ou Baiano Doido que era como meu
pai se referia a ele.

Era um peão do trecho, ou seja, fazia um serviço
aqui outro acolá, mas sempre estava caminhando o
trecho ou rodovias, e estradas de terra.

Um dia esse baiano apareceu lá na fazenda me perguntando
se tinha serviço. Eu disse: ”Nossa Gente, você ainda pega
no cabo da “duas caras” (enxada)? Ele disse: “Que isso
Nossa Gente, nessa época o chão fica grenado de
praga!

Pedi a ele que capinasse primeiro o pomar que na
língua dele “tava grenado” de (muita) praga.

Me sento no alpendre e escuto  a enxada repicar
na pedra brita.

Olho por de cima do muro e vejo o baiano
capinando as pragas e a brita que se espalhava ele juntava
no mesmo lugar.

Eu perguntei o que ele estava fazendo, ele disse:
”É que seu pai falou que não era para fazer bagunça, aí
eu tou pono a brita no mesmo lugar que estava antes deu
carpir”. 


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