segunda-feira, 13 de abril de 2015

Crônicas de Marleida Parreira Rocha

Memória Seletiva



     Um cheiro, um lugar, uma música, podem transportar-nos num instante para o arquivo de nossas memórias, de várias etapas de nossa existência e muitas vezes nos surpreendemos sorrindo, recordando gestos ou palavras que nos ajudaram a moldar o  caráter de forma positiva, mas também podemos “acessar” no mesmo local lembranças de atitudes alheias que nos fizeram sentir diminuídos, infelizes, incompetentes, inúteis, deixando marcas profundas de feridas mal cicatrizadas. Alguns, conseguem seguir em frente em busca de seus ideais, apoiando-se no seu amor próprio e na esperança de dias melhores, por enxergar a vida de maneira otimista. Outros fixam os olhos da alma no retrovisor, como se o cérebro ficasse “atolado”, atormentados e presos a circunstâncias que lhe provocaram um turbilhão de sentimentos desfavoráveis que causaram mágoas, angústias e decepções, assumindo geralmente papeis  de vítimas, acomodando-se numa rotina de lamúrias , rendendo-se à tristeza e desmotivação. No entanto, com determinação, creio que qualquer ser humano é capaz de treinar o seu cérebro para selecionar suas memórias, numa espécie de filtro, deixando de fixar seus pensamentos em momentos ruins do seu passado, procurando ocupar sua mente com  fatos que lhe proporcionaram alegria, ainda que passageiros,  sendo gratos  por cada bênção recebida, como acordar todas as manhãs e poder admirar à cada dia um novo cenário desenhado pelo Criador; o sorriso de alguém que amamos; o abraço de uma pessoa querida; a capacidade de poder trabalhar e ajudar o próximo ou simplesmente pelo privilégio de falar com Deus a qualquer hora e em qualquer lugar. Se for possível, encha o ambiente com uma boa música de louvor, elogie as pessoas que te cercam, procurando valorizar mais as qualidades do que as falhas, tentando relacionar com as pessoas tratando-as como gostaria de ser tratado, se for necessária a crítica, que seja construtiva.
     Devemos estar cientes que ao permitirmos que sentimentos negativos inundam o nosso ser, seremos obrigados a conviver com eles, sofrendo assim as consequências dolorosas  de suas contra  indicações. Não podemos mudar o nosso passado, mas podemos tirar de todos os acontecimentos, bons ou ruins, experiências que, olhadas sob um ângulo sábio,  ajudarão a nos tornarmos cada vez mais fortes.

Tudo que alguém fez para você no passado não tem poder sobre o presente. Só você pode dar esse poder.” Oprah

Marleida Parreira Rocha
Educadora




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