O “Nossa Gente”
Nossa Gente ou Baiano Doido que era
como meu
pai se referia a ele.
Era um peão do trecho, ou seja, fazia um
serviço
aqui outro acolá, mas sempre estava
caminhando o
trecho ou rodovias, e estradas de terra.
Um dia esse baiano apareceu lá na fazenda
me perguntando
se tinha serviço. Eu disse: ”Nossa Gente,
você ainda pega
no cabo da “duas caras” (enxada)? Ele
disse: “Que isso
Nossa Gente, nessa época o chão fica
grenado de
praga!
Pedi a ele que capinasse primeiro o pomar
que na
língua dele “tava grenado” de (muita)
praga.
Me sento no alpendre e escuto a
enxada repicar
na pedra brita.
Olho por de cima do muro e vejo o baiano
capinando as pragas e a brita que se
espalhava ele juntava
no mesmo lugar.
Eu perguntei o que ele estava fazendo, ele
disse:
”É que seu pai falou que não era para
fazer bagunça, aí
eu tou pono a brita no mesmo lugar que
estava antes deu
carpir”.
Grande, Luciano!
ResponderExcluirParabéns!