sexta-feira, 13 de junho de 2014

Histórias do nosso futebol


 
Por onde anda o Totó?  
Enio Ferreira – ALAMI

Por onde andam todos? Aquela turma de garotos amarelados de poeira, de pés no chão, que corriam atrás de uma bola, esquecidos de tudo que não fosse bola de futebol?  Que faziam de qualquer espaço de terreno desocupado um campinho para jogar?

Para onde foram todos aqueles garotos, aqueles campinhos, aquela a poeira, aquela bola de borracha que furava quando “um perna-de-pau” lhe aplicava um bicudo?
  
Por certo que ainda estão por aí! Os garotos, a bola, os campinhos, embora, é claro, tudo modernizado! A bola é de couro, os garotos são limpos e uniformizados, usando chuteiras e, a poeira foi trocada pela grama viçosa e verdinha.         
   
É... A vida anda. Caminha a passos largos, e aqueles garotos do meu tempo, todos, irrevogavelmente, se diluíram na vida adulta. Depois de “homens feitos” cada um tem que enfrentar a dura realidade, nua e crua... Suar a camisa para conseguir “matar” o seu leão de cada dia.  

Que aquela época foi boa, isso sim é que foi! Principalmente porque éramos todos jovens e por isso as garotas proliferavam na beira do campo. Talvez por causa dessas garotas mesmo que o time perdia algum jogo que parecia fácil, pois, querendo se exibir pra elas esquecia o adversário.       

Mas o jogador que arrancava suspiros das moças era o Totó. E foi por sua causa que aconteceu a confusão que interrompeu a vida do nosso time: A mãe dele, que estava entre a torcida na beira do campo, saiu às tapas e puxões de cabelos com uma mulher que se atreveu a comentar que o belo Totó tinha bunda de mulher, gerando uma briga das grandes entre os familiares.        

Os vizinhos reclamaram da briga, o dono mandou cercar o terreno com arame farpado e acabou com o campinho e, eu acho ter sido esse o motivo que deu fim ao nosso saudoso “Três Coqueiros Futebol Clube”    



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