Por onde anda o Totó?
Enio Ferreira – ALAMI
Por onde andam
todos? Aquela turma de garotos amarelados de poeira, de pés no chão, que
corriam atrás de uma bola, esquecidos de tudo que não fosse bola de
futebol? Que faziam de qualquer espaço
de terreno desocupado um campinho para jogar?
Para onde
foram todos aqueles garotos, aqueles campinhos, aquela a poeira, aquela bola de
borracha que furava quando “um perna-de-pau” lhe aplicava um bicudo?
Por certo
que ainda estão por aí! Os garotos, a bola, os campinhos, embora, é claro, tudo
modernizado! A bola é de couro, os garotos são limpos e uniformizados, usando chuteiras
e, a poeira foi trocada pela grama viçosa e verdinha.
É... A vida
anda. Caminha a passos largos, e aqueles garotos do meu tempo, todos, irrevogavelmente,
se diluíram na vida adulta. Depois de “homens feitos” cada um tem que enfrentar
a dura realidade, nua e crua... Suar a camisa para conseguir “matar” o seu leão
de cada dia.
Que
aquela época foi boa, isso sim é que foi! Principalmente porque éramos todos
jovens e por isso as garotas proliferavam na beira do campo. Talvez por causa
dessas garotas mesmo que o time perdia algum jogo que parecia fácil, pois,
querendo se exibir pra elas esquecia o adversário.
Mas o
jogador que arrancava suspiros das moças era o Totó. E foi por sua causa que
aconteceu a confusão que interrompeu a vida do nosso time: A mãe dele, que
estava entre a torcida na beira do campo, saiu às tapas e puxões de cabelos com
uma mulher que se atreveu a comentar que o belo Totó tinha bunda de mulher,
gerando uma briga das grandes entre os familiares.
Os
vizinhos reclamaram da briga, o dono mandou cercar o terreno com arame farpado
e acabou com o campinho e, eu acho ter sido esse o motivo que deu fim ao nosso
saudoso “Três Coqueiros Futebol Clube”
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