Carece-nos
de refletir um pouco sobre um fato muito importante para humanidade,
principalmente nos dias atuais, que é o relacionamento humano. Para isso
precisamos partir do princípio que homem algum é uma ilha, aliás, título de um livro
do famoso escritor espiritualista Thomas Merton.
Bem, é
preciso aceitar que estamos, ou sempre estivemos submissos à influência de
quatro formas de poder: o poder econômico, o poder político, o poder religioso
e o poder moral. O mais influente deles, sem dúvida, no mundo capitalista em
que vivemos, é o poder econômico. Tudo gira em torno do dinheiro, a ponto de
alguém dizer - quem não tem dinheiro não
tem dignidade. Testes feitos com pessoas tentando entrar em restaurantes
primeiramente maltrapilhas e em seguida bem trajadas, provam essa tese. A
recepção é totalmente diferente.
Quanto
ao poder político, podemos dizer que é irmão gêmeo do econômico. Vem atrelado a
ele. É comum vermos na televisão crimes envolvendo altas somas de dinheiro
patrocinados por políticos. E até governantes sendo condenados e presos, o que
é um bom indício, embora vergonhoso.
Já o
poder religioso é muitas vezes embalado pela vaidade, quando não também para
fortalecer o econômico. Sabemos que certas seitas religiosas colocam sua
estrutura administrativa à disposição de quem quiser aumentar patrimônio numa
relação conveniada a título de franquia.
O moral
sim, é que deveria sustentar todos os outros. O poder político teria muito mais
sustentabilidade caso se firmasse na solidez de posturas corretas, coerentes e
éticas. Por que o nosso Congresso está na UTI? Isso tem sido atestado
diariamente no Brasil por atos, palavras e comportamentos de nossos políticos,
que andam com seu ibope a zero. Por que tanta falta de dignidade, de honradez e
de caráter?Poder econômico não lhes falta, nem mesmo o político, mas está
apoiado em mentiras, em falcatruas, por isso desacreditado. Os noticiários
estão cheios de detentores de poder político sendo algemados e enchendo os
camburões da polícia federal. Alguém ainda se lembra da Operação
Pasárgada? E hoje são tantas que é
melhor englobá-las todas na OPERAÇÃO LAVA JATO. Quem sabe esse nome sugere uma
verdadeira limpeza? Tudo isso, simplesmente porque não mesclam o seu poder
político com a ética. Com uma conduta ilibada e patriótica.Parece até que essa
moléstia está se espalhando, pois as redes sociais estão cheias de críticas
veladas à Suprema Corte do país.
É
necessário levar em consideração esses poderes para mensurar a força do nosso
relacionamento. Por que? Exatamente
porque dependendo da forma e do grau do poder que tenho é que será a minha
força de relacionamento. Quem não tem dinheiro, geralmente e infelizmente se
sente inferior e se humilha, portanto se afasta e a força de seu relacionamento
tende ao zero. Sua influência é nula ou quase. A não ser que algum outro poder
que tenha, seja forte o suficiente para compensar as perdas de força com a
falta do vil metal. E há pessoas assim. Infelizmente poucas, que construíram
sua vida alicerçada em tanto poder moral, que dispensa quaisquer outros poderes
para se situarem na sociedade.
Oportunamente
estamos vivendo um momento em quesomos levados a pensar nos problemas que
enfrentamos, decorrentes da violência pandêmicaque assola o mundo.A preocupação
deve se voltar para o fortalecimento do poder moral e não do econômico. É
preciso trabalharmos a consciência de que me sentirei mais feliz, mais em paz
se notar que todos têm melhor qualidade de vida. Que o que sobra na minha mesa
pode suprir o que falta na do vizinho. E principalmente, que a solidariedade
compartilhada não me empobrece, mas pode enriquecer a música tocada pela orquestra
da humanidade no palco da vida.
José Moreira Filho
ARLS Salim Bittar
Or\de
Ituiutaba-MG.
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