"Não ver, não ouvir, não falar" – seis importantes palavras que
constituem o antigo e sábio provérbio que nos leva à reflexão.
Rosa Maria, minha conselheira-mor, interfere: o provérbio em
questão não sugere que eu preciso ser cego, surdo e mudo. Apenas para tomar
tento com o que vejo, ouço e falo, em outras palavras – “tome conta da sua
vida”.
O mundo será sempre o mesmo mundo sem o Raimundo, sem o Edmundo,
mas sem o trelelê, sem o buraco da fechadura não sei não... Dizem que a
Maledicência ocupa perto de 80% dos assuntos, fora isso, que utilidade teria o
padre no confessionário; o advogado sem as trapaças. Psicanalista sem as
culpas. Os escritores, os poetas, têm nas intrigas e nas maquinações, preciosos
recheios para suas obras literárias... A fofoca é sempre um sucesso no rádio e
na televisão. Seria interessante um mundo sem essa ardida pimenta, sem esse sal
grosso? O politicamente correto levado ao exagero pode levantar bandeira para
um mundo sem graça?
Ocasiões de futilidade, fofoca, compartilhamento de fatos de pouca
relevância, podem ter alguma importância. Afinal, não sejamos perfeitos até as
últimas conseqüências porque aí, já é não viver. Aos humanos é fundamental a
sociabilidade e, o que não é fundamental, entende a reflectiva Rosa Maria, é o
exagero.
*Enio Ferreira
cronicatijucana@gmail.com
Gostei bastante! Não há aquele que escape a essa regra.
ResponderExcluir