# Arlindo Maximiano Drummond
Sentado em um banco de Locomotiva,
observado por Flávio de Carvalho, Volpi e uns Farnese, tendo ao lado os livros
como companhia, e em cima de uma mesa em outra sala fotografias dos amigos,
meus pais e meus avós. A TV, claro, desligada. Muitos rascunhos, como esse, me perturbam
por nunca acabá-los. O inferno do celular carregando e toda hora um sinal de
mensagem sem futuro. Se for analisar, só coisas indigestas, parentes e as ex me
ocupando sempre, chatices.
Então recebo Harold Bloom hoje,
perfeito, discursando seu gênio só para mim, deleito-me.
Ontem foi Homero me fazendo acreditar
ainda mais na criação divina, me pergunto como ele conseguiu ver deuses e
homens combatendo juntos nos muros de Tróia. Daí onde surgiu minha tara e minha
visão sobre as mulheres.
Amanhã receberei Dante e entendendo, por
culpa dele, o purgatório que vivo neste momento, refletirei muito se mereço a
salvação. Não sei se quero estagiar no último milagre celestial.
E dormindo pouco, como Spinoza, me pego
gostando dessas madrugadas solitárias onde bate em mim a crença de cada vez
mais encontrar sentido na existência.
Excelente leitura. Ótimo estilo! Lembra Jack Kerouak
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